segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Definidos textos representantes de Guapé na 4ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa


Na última semana, foram selecionados quatro textos escritos por alunos guapeenses, para representar o município na etapa estadual da 4ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa. Através de uma Comissão Julgadora escolhida pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, foram selecionados textos em quatro categorias diferentes: Poema, Memórias, Crônica e Artigo de opinião.

Participam da Olimpíada de Língua Portuguesa este ano, professores e alunos do 5º ano do Ensino Fundamental (EF) ao 3º ano do Ensino Médio (EM), nas categorias: Poema no 5º e 6º anos EF; Memórias no 7º e 8º anos EF; Crônica no 9º ano EF e 1º ano EM; Artigo de opinião no 2º e 3º anos EM.

Escola Estadual Dr. Lauro Corrêa do Amaral, Escola Estadual Professor Antônio Passos Silva, Escola Municipal de Aparecida do Sul (Comunidade de Aparecida do Sul), Escola Municipal Deputado Joaquim de Melo Freire (Comunidade de Santo Antônio), Escola Municipal Teixeira de Faria (Comunidade do Pontal) e Escola Municipal Prefeito José Procópio de Oliveira foram as escolas guapeenses na Olimpíada de Língua Portuguesa de 2014.

A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro desenvolve ações de formação de professores com o objetivo de contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras.

A Olimpíada tem caráter bienal e, em anos pares, realiza um concurso de produção de textos que premia as melhores produções de alunos de escolas públicas de todo o país. Nos anos ímpares, desenvolve ações de formação presencial e a distância, além da realização de estudos e pesquisas, elaboração e produção de recursos e materiais educativos.


Aluna guapeense tem poema selecionado para etapa estadual 4ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa


A Secretaria Municipal de Educação e Cultura já recebeu a notícia sobre a seleção de um dos textos feitos em Guapé. O texto da categoria poema, intitulado "Cantinho Abençoado", escrito pela aluna Roberta Aparecida de Souza Andrade, cuja a professora Terezinha Silva Costa da Escola Municipal Aparecida do Sul, estará na fase estadual da Olimpíada de Língua Portuguesa.

As Comissões Julgadoras Estaduais farão a leitura e seleção no período de 25 de setembro a 10 de outubro. Caso o texto da aluna guapeense seja selecionado como semifinalista, a equipe da Olimpíada entrará em contato.



Abaixo os textos produzidos por alunos guapeenses selecionados na etapa municipal:


Categoria: Poema
Título: Cantinho Abençoado
Escola:Escola Municipal de Aparecida Do Sul
Diretora: Silvia Cristina Togni
Professora: Terezinha Silva Costa
Aluna: Roberta Aparecida de Souza Andrade



Campos verdes, pássaros mil
Cachoeiras com águas geladas
Cafezais a perder de vista
Neste cantinho do meu Brasil

Aqui é uma benção de Deus
Tem moradia para todos
Diversão e muita tranquilidade
Vida com qualidade

Tem ruas limpinhas
Uma praça bem cuidada
Festa para nossa senhora homenagear
E uma linda escola para estudar

É uma comunidade
Dentro de Guapé cidade
E por menor que seja
tem muita felicidade

Chama-se Aparecida do Sul
É o lugar que eu adoro morar
Todos amigos a compartilhar
Lembranças no meu coração para sempre guardar.

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Categoria: Artigo De Opinião
Título: O pó tão maligno quanto a cocaína
Escola:Escola Estadual Dr. Lauro Corrêa do Amaral
Diretora: Ivana Ávila Peres Lemos
Professora: Terezinha De Jesus Oliveira
Aluno: Igor Arana


Situada no sudeste do país, e no sul do estado de Minas Gerais, Guapé é uma cidadezinha típica do interior. Por ser pequena e tendo seus poucos habitantes (o último IBGE constatou quatorze mil, aproximadamente), logo se vê que a industrialização ainda não chegou por aqui, o que não é de todo mal, afinal, a beleza natural desse lugar permanece intacta; porém, o cidadão para sobreviver, tem que se submeter ao trabalho árduo e exaustivo do campo e principalmente das pedreiras.

Apesar de ser trabalho digno e favorável ao crescimento do município, o serviço exercido nas pedreiras é muito arriscado e pode trazer ao trabalhador consequências fatais. Não é de total desconhecimento da população, que acidentes ocorrem diariamente, devido às explosões que esses mesmos trabalhadores são pagos para executar dentro da terra, conseguindo assim extrair a pedra ali localizada, revendê-la a um depósito, para que lá seja serrada, boleada e moldada, ficando pronta para ser exportada e comercializada a um preço bom.

Visando somente o lado econômico, é fato que as pedreiras trazem lucros altíssimos para o município e empregam boa parte da população; porém, conhecemos bem aquele dito popular "o dinheiro compra remédio, mas não compra saúde", o que realmente faz todo sentido. Afinal, não é somente os acidentes que geram consequências fatais nas pedreiras, mas o pó da pedra, por exemplo, que fica solto no ar onde são executados esses tais trabalhos. São como pequenas partículas afiadas, se inaladas fazem com que cheguem aos pulmões e o perfurem, causando, no trabalhador uma doença gravíssima, ainda considerada pela ciência como incurável, levando a morte.

A silicose é complexa e se divide em quatro etapas. Na primeira delas, a silicose crônica, da qual é considerada o estágio inicial da doença, não sendo grave, mas necessitando que o trabalhador interrompa o serviço e fique o restante da vida incapacitado para qualquer trabalho. Na segunda etapa, a palavra silicose vem acompanhada de complicada, sendo caracterizada pela perda de peso e a falta de ar após esforços prolongados. Já, na terceira etapa, é a palavra acelerada que acompanha a doença, tendo os mesmos sintomas da silicose complicada, porém, mais agravados ainda. E, por último, temos a silicose aguda, considerada o estágio terminal do paciente, na qual há extrema perda de peso e falta de ar constante.

Enfim, apesar de tantos malefícios é possível sim ser um trabalhador saudável em meio a tudo isso, se fornecidos pelos patrões e usados correta e rigorosamente pelo trabalhador, objetos de segurança que tenham grande eficácia, como as máscaras próprias de proteção com filtro embutido, que filtram as partículas que agridem o pulmão, permitindo assim, que os cidadãos do lugar onde eu vivo, trabalhem com mais segurança, até porque, eu sei que essa doença é de extrema gravidade e chega a matar o indivíduo, fazendo-me crer que esse pó é tão maligno quanto a cocaína.

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Categoria: Crônica
Título: Nem Tudo Está Perdido
Escola: Escola Estadual Dr. Lauro Corrêa do Amaral
Diretora: Ivana Avila Peres Lemos
Professora: Cristiane Aparecida Da Costa
Aluna: Nayla Teixeira Miranda


Naquela manhã gélida, na cidadezinha do interior, saí cedo de casa. Empurrava a bicicleta contra o frio, ansiosa em chegar a tempo no trabalho para que minutos preciosos não fossem descontados do salário. Ainda perto de casa, vejo os homens que partem para a extração de pedras, trabalho ingrato que deles suga a força.

Continuo o caminho. A mulher que varre as ruas não me olha nos olhos _ apenas ignora minha passagem _ embora a alguns quarteirões dali, seu colega de trabalho dê a quem passe por ele, o melhor "bom dia" que se pode ouvir. Seguindo o caminho, vejo que mães preocupadas deixam seus filhos na creche. A criança hesita em largar a mãe, a mãe apela e diz que precisa trabalhar para lhe dar conforto, mas nada adianta, a criança não entende de conforto, ela quer carinho e atenção. Ah! Pobres mães. Choram de pesar, no caminho do trabalho, mas ainda sim vão para a fábrica de jeans e trabalham suas oito horas e quarenta e oito minutos diárias. Continuo meu caminho. Penso em como as pessoas podem encontrar conforto na vida, se seus empregos não são prazerosos e lhes roubam toda energia... Paro na padaria e um sorriso amarelo me atende feliz, compro pão de queijo e sigo vinte metros que me separam de meu destino inicial.

É quando vejo o nascer do sol mais majestoso e colorido que presenciei. O calor tinha chegado de mansinho e mal o percebi, mas o brilho do sol se fazia notar com o contraste alaranjado no azul do céu, onde as nuvens estavam rosadas como as bochechas de uma donzela ao conhecer o seu prometido. O vento fraco e suave balançou meu cabelo e completou minha visão deslumbrada, balançando a copa das árvores ali perto. Era isso, nem tudo estava perdido. Esse nascer do sol me valeu o dia, olhei aos lados e ninguém mais se importava, estavam todos absortos em seus próprios problemas.

Assim compreendi. Mesmo que a extração de pedras seja difícil, que varrer a rua lhe cause vergonha e que deixar seu filho longe destroce o coração, os guapeenses ainda encontram conforto nas coisas simples da vida. Como quando pagam alguma conta com o dinheiro do próprio trabalho, quando a mulher da padaria lhe sorri, quando um senhor lhe oferece um guarda-chuva ao vê-los sob a chuva, quando a criança sorri inocentemente e, quando são capazes de ajudar alguém, é aí que vemos que nem tudo está perdido.

Sete horas o sinal toca e tenho que correr, porque patrão não espera. Acordar cedo foi gratificante por ver aquele nascer do sol, mas meu dia estava só no começo, e se eu pudesse apostar, diria que o dia seguinte seria uma daquelas quartas-feiras cinza onde o sol não nasceria esplendorosamente e eu teria que procurar outra pequena maravilha reconfortante, enquanto cada pessoas estaria cuidando de sua vida, pensando em que cerveja tomar sexta depois do expediente, quando discutiriam a próxima festa em Guapé.

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Categoria: Memórias Literárias
Título:Histórias De Meu Avô
Escola: Escola Estadual Antônio Passos Silva
Diretora:Isa Maria de Oliveira Reis
Professora: Sirlene Augusta Vilela Paiva
Aluna: Lívia Laudares Silva Costa Araújo



Há sessenta anos, Souzânia era uma cidade do interior muito diferente daquelas que temos hoje. E como as coisas mudaram.... No meu tempo, as pessoas sabiam se divertir de verdade. O dia começava com o canto do galo para despertar todo mundo e as crianças que iam para a escola guardava na capanga o dever, enquanto a mamãe arrumava a merenda.

A cidade se resumia à igreja, poucas casas e uma vendinha. Nas pequenas ruas de terra onde a gente andava a cavalo, e jogava bolinha de gude, não havia cinemas, shoppings ou Lan house. Bola, a gente jogava na rua e quando aparecia um apostávamos corrida com ele.

Minhas tardes eram feitas das aventuras de menino, eu não tinha computador, video game nem muitos brinquedos, mas divertíamos um bocado, subindo para pegar frutas no pé e saltando nos rios...

Quando eu cresci vieram as obrigações de adulto: cuidar da fazenda, do gado, da ordenha. O trabalho difícil era recompensado pelo pão de queijo e pelo cheiro do café quentinho, feito no fogão à lenha, da casa tão simples.

Na varanda sentado no chão eu ouvia as modas que o papai cantava, enquanto vovô tocava a viola. O pessoal ia se reunindo, os filhos respeitavam os pais, velhice era sinônimo de sabedoria... Naquele tempo, televisão era só sonho.

A casa aos poucos ia ficando quieta e, enquanto eu ia para cama, papai apagava as velas e lamparinas. Energia elétrica a gente não tinha, refrigerante era presente de aniversário e ônibus coisas da capital...

As coisas foram mudando, veio a internet e o progresso trouxe o conforto para todos , mas as vezes penso que o tempo levou com ele o que todo mundo do meu tempo sabia bem: " É preciso bem pouco para ser feliz".







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